entre janelas espaço vazios

espaço vazio

hoje folheei cadernos antigos. livros de 2005 2015 2012 dois mils. lembranças letras pautas espirais folhas brancas. modos antigos de habitar a escrita. e observar esses livros me fez ver a mudança do ser. em cada momento uma letra, uma material – lápis, canetas, lápis de cor, desenhos, riscos, caligrafia. formas diversas para expressar as forças de cada momento.

livros têm esse mistério de fazerem o passado permanecer

um fato me chamou a atenção em todos. as folhas deixadas. espaços vazios. folhas não usadas, puladas, saltadas, esquecidas. os vazios daqueles tempos. hoje retorno a escrever neste espaço. espaço que deixei em branco por alguns meses e é estranho perceber. talvez não dê para notar esses espaço vazios. os dias pulados. os espaços guardados para outros momentos. a tarefa inacabada que exige um espaço para o futuro. o livro tem suas exigências, regras comportamentos. ele olha e diz: pode pular e voltar, mas sempre é um risco vai que não dê. eu sempre acabo por pular espaços a mais.

retorno a este espaço. e deixo como imagem lembrança. que aqui pulei páginas. várias deixadas em branco.

entre janelas espaço vazios

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